sábado, 19 de outubro de 2013

Rebrilhar




Rebrilhar
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 21/09/2013

O amor enterrado vivo se descobre e faz travessuras,
No respeito ele desrespeita,
Como criança arteira!

No abraço protetor sinto o seio,
Que reacende calorosos desejos.
Entre o toque das peles sinto o clamor,
Me desfaria agora em caricias,
Para desatar cada nó de seu corpo

E a cor do luar refletido fez minha alma transitar
De menino pra homem, de homem pra menino!

As mãos se encontram,
Com elas o receio...
Quero arrancar a casca coagulada do amor contido
E mergulhar de novo nesse brilho...

E a cor do luar refletido ainda faz minha alma transitar
De menino pra homem, de homem pra menino!

O poeta



O poeta
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 02/08/2013

Eu vejo o poeta, ele ri, gargalha!
Canta as notas de um mundo novo,
O poeta declama e espalha alegria e esperança!
Também se revolta e briga!
Está de pé enfrentando qualquer injustiça!

Eu vejo o poeta, ele tem vários amores!
Tá em seus versos, ele está sempre conquistando!

Mas espera aí, o que estou vendo?
O poeta sozinho,
Em sua casa, em seu quarto,
Em um banheiro qualquer...
Vagando nas ruas, em becos,
Numa esquina escura...

O que acontece?
Ele não ri, ele não se revolta...
Não tem ninguém!
O poeta chora e não lhe sobra tempo pra mais nada...

sábado, 20 de julho de 2013

Saudade



Saudade
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 20/07/2013

Sinto em minha pele as lembranças e os desejos...
Minha mão toca meu corpo enquanto sonho com seu cheiro!

Imerso pelo prazer chego a sentir o seu toque e ouvir os seus gemidos em meus ouvidos!
Brinco contigo na busca de nossa satisfação absoluta!
Sinto o sabor de seu fluído e minhas pernas bambeiam!

Te viro, me viro, brinco de encaixes perfeitos e imperfeitos
Me contorço e explodo de prazer!
A água quente do chuveiro lava minha pele em arrepios!

Desperto de meu sono...
Água e esperma se misturam no chão do banheiro e fogem pelo ralo,
Ao mesmo tempo em que você se distância de meu pensamento e eu me vejo só...

A saudade aperta!
E a lágrima ousada se desprende e percorre todo corpo em gozo!

Em busca de mim



Em busca de mim
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 20/07/2013

Andei, andei muito,
Em minha procura,
Olhei atento,
Por cada canto, por cada sarjeta,
E nada de me encontrar!

Talvez tenha me perdido há tempos,
E só agora me dei conta!
Ou sumi por esses dias mesmo, sei lá!

Olhei em cada boteco, em cada mesa...
Passei por aquele bar!
Aquele onde os olhares cruzados buscaram um ao outro pela primeira vez...
Talvez eu tivesse ficado por lá!
Mas não me achei...

Vasculhei todos meus versos,
Em baixo e em cima da cama de cada menina, de cada mulher...
Dentro dos copos de cerveja e de cada banheiro sujo...
Nada, nada e nada!

Olhei atento para o céu!
Queria ver se havia ficado perdido na lua...
Nem sinal de mim por lá!

Andei até minhas pernas doerem e meus pés calejarem,
Por alguns segundo pensei que eu poderia estar me seguindo,
Me gozando de palhaço-sombra...
Girei rapidamente como um cachorro atrás do próprio rabo,
Nada de encontrar esse meu eu traquina!

Com o corpo exausto desisti por hora da busca...

Em casa desabo na cama e meus olhos se fecham...
Imerso no escuro interno vejo eu!
Encolhido, sozinho...
Aguardando um simples chamado!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Apaixonadamente subversivo



Apaixonadamente subversivo
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 07/07/2013

Amante da subversão,
Transgrido as ordens apaixonadamente...

Falando em paixão,
Nada mais transgressor que o amor,
Ele quebra qualquer autoridade,
Estraçalha tabus, forma e dissolve famílias!
Dá vida e enche de vitalidade

Ando eu, amante e poeta,
Profanando todas as leis divinas,
Quero Cristo seduzido pela Pomba-gira,
Com ela trepando e gozando,
Enquanto em suas veias corre o mais encorpado vinho!

Quero arrancar a roupa da vida,
Vê-la umedecida pelo prazer,
E despida de toda moralidade!

Bebo da paixão suicida,
Ergo-me como o membro viril massageado pela língua!

Existo pra entortar,
Endireitar, jamais!
Sou amante das curvas
Do corpo e da terra,
Evado-me nos sonhos
E a utopia é minha realidade!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Gigante sonambulo



Gigante sonambulo
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 22/06/2013

Enquanto você dormia, eu lutava!
Enquanto você coçava,
Era meu corpo que a bala furava.

O mundo não nasce em seu abrir de olhos,
Ele já existe! Ele é história!
E entre os oprimidos sempre houve quem não se calava!
Quem, com coragem, enfrentasse!

Agora que está acordado, olhe e enxergue o mundo de verdade!
Não grite sem críticas,
Tome cuidado!
Reconheça seu inimigo,
Nós, somos trabalhadores, somos aliados!

Pois bem, seja bem vindo em nossas fileiras,
Quero-te desse lado da trincheira!
Mas aqui a luta é dura e não se iluda,
Os poderosos nunca nos apoiam!

Pra um gigante, não basta estar acordado!
Tem que ter consciência e reconhecer o seu lado
Pois tão grande seu tamanho
Poderá ser seu tombo
Se tiver desorientado!
E um gigante ao chão
É um gigante novamente desacordado!

Imortal



Imortal
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 21/06/2013

Contra titãs me ergui
E nunca adormeci!
E se tempo é dinheiro,
Cronos hoje é o capital
Devora teus próprios filhos
Deixando-os livres
Na prisão estomacal!


Nasci de seu sangue,
Criei-me pra te vencer!
Eternamente jovem
Tenho a vitalidade de quem se desenvolve,
Sem a essência jamais perder!

Suas balas não me matam,
Suas celas não me prendem
Tremulo alto nas bandeiras
E sempre serei ouvido nos gritos da multidão!

Sou vivo, sou forte,
Minha cor é vermelha!
Sou o fantasma da revolução!

domingo, 16 de junho de 2013

Suspiro Platônico



Suspiro Platônico
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 14/06/2013

Enquanto a brisa encontra a pele,
Meu corpo flutua!
Todo mais leve, tudo mais radiante!

Das brincadeiras do palhaço o mais gostoso sorriso

Toco-lhe nas mãos,
Quero protege-las do frio e compartilhar meu calor...
E em mim, a harmonia do momento se mistura à intensidade do desejo!

Mais tarde, longe e perto!
Teus poemas, vasculho,
Quero desvendar sua alma!
E nossos poemas se cruzam...
Cada palavra, cada verso...
Meu suspiro se intensifica e meu corpo perde a densidade...

Fecho meus olhos, durmo e sonho...
E nos labirintos do inconsciente,
O mundo se faz possível!
Novamente me torno menino!
Diante da volúpia daqueles lábios,
Soprando poesias ao meu ouvido!

sábado, 1 de junho de 2013

Brilho Dourado do Sol



Brilho Dourado do Sol
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 31/05/2013

Hei, morena linda,
Venha para o lado de cá!
Onde o sol brilha mais forte
E o sonho preenche o seu dia.

Segure em minhas mãos, feche seus olhos...
Deixe eu te levar!
Sinta o sopro da vida,
Deixe seus olhos brilharem
Permita-me com minha flecha te embriagar!

Hei, morena linda!
Deixe-me tocar seu coração,
Sinta o sonho passando por sua pele!
Você pode deixar o chão,
Abandone seu medo e se prepare para voar!

O que? Não me conhece?
Conhece sim, só não quer reconhecer...
Sou filho daquela que te agraciou com tão intensa beleza,
Meu nome é Eros,
E vim pra te tocar!

Ao meu dom não escapa deuses nem mortais!
Lhes faço criança, lhes faço viver!
Venha comigo, pode ser uma bela e intensa brincadeira!

Trago a chama que impulsiona a vida
O sorriso mais puro, o cheiro que te envolve!
A intensidade e o arrepio!
A sensibilidade...

Vem sem medo...
Só quero fazer sua vida brilhar!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Estado de Ardor



Estado de Ardor
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 23/04/2013

Penetro-lhe com meu olhar...
E meu braço a tua cintura laça dirigindo teu corpo!
Num beijo o entrelaçar de nossas línguas lança a faísca que incendeia todo o quarto,
Elas brincam, se tocam e despedem-se carinhosamente para que minha língua passeie por toda você...

Cada pedaço, cada sabor...
Me estaciono entre suas pernas!
Minha língua brinca travessamente,
Se mexe, se contorce, se lambuza...
E faz você contorcer-se de prazer!

Nossos corpos em chamas e suas unhas encontram minha carne,
Os olhares se cruzam buscando a volúpia!
E o quarto ferve, abrigando todo nosso ardor...

Te viro e me encaixo!
Piro com o contato macio de suas nádegas em meus testículos,
Nossos corpos suam e dançam freneticamente!

E o quarto ferve...
Nós explodimos, juntos!
Abafo o grito de prazer em sua nuca!

Os gestos de amor agressivo aos poucos cedem lugar para tênues carícias...
E o fervor do quarto se ameniza...

Penetro-lhe com meu olhar...
Satisfeito e desejoso de nossa fusão, mais e mais!

domingo, 14 de abril de 2013

Noite



Noite
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 06/04/2013

A cada passo, a cada bar...
De lua em lua o coração se transborda, enquanto o copo se esvazia...

A cerveja gelada refresca e desfaz o nó da garganta
Na cabeça as lembranças de dores e prazeres se misturam,
Brincam, dançam e riem!

E o copo se esvazia...

A noite corre,
Da companhia lunar já não me satisfaço,
Mas ela, minha companheira inseparável,
Segue refletida em meu copo!

Meus olhos, como dois grandes radares,
Buscam em cada canto o brilho de outro olhar!

Empunho os versos de Ovídio para o ataque!
E o amor segue sendo meu combustível,
Tão volátil quanto o álcool...

E a noite segue...
E de Hermes, aquele que ilumina, viajantes, ladrões e comerciantes,
Busco a ginga para os próximos passos,
A malandragem para viver
E as palavras que envolvem, 

para esta noite, com Afrodite me deitar!

domingo, 17 de março de 2013

Passos Vivos



Passos Vivos
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 12/03/2013

 Caminho eu...
Um caminho com curvas e sonhos!

E o destino?
Construo e reconstruo a cada passo...
Nunca erro, eu vivo!

Pras favas com sua borracha, ela borra e deixa marcas,
E os rabiscos permanecem marcados como feridas no papel...

Meu rascunho é vivo, faz parte!
E em minhas curvas não há erro, há marcas da intensidade,
Há vida rabiscada pelos sonhos da poesia!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Redescobrindo a vida



Redescobrindo a vida
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 15/02/2013

E a vida sopra mais uma vez,
Essa vida rabiscada, desenhada e redesenhada,
Poetizada!

Poetizo enquanto meu coração se abre com sede de sonhar,
Meus olhos penetram os seus,
E o brilho de seu olhar reacende o fogo de minha alma!

Vontade de viver não me falta,
Sonhar é minha arma,
Te olho, sorrio, te sinto,
Pele a pele, saliva a saliva, coração a coração!

Passeio em teu corpo e, busco tua alma!
Brinco e me envolvo,
Arranco sorrisos,
Em ti meu tempo é outro!

Esbarro na sombra de teu passado,
Na possibilidade da perda já anunciada...
Será possível dois corações anteriormente machucados, juntos, encontrarem a felicidade?

Mas a felicidade está em sentir e sonhar,
E por mais curto que seja,
Por mais que traga alguma dor,
Jamais vou esquecer que me fez redescobrir minha capacidade de amar!

Temer o Amor



Temer o Amor
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 31/01/2013

Por que temer o amor?
Porque ele derruba pirâmides,
E dissolve os mais sólidos tabus!

Que o temam, ele não pede licença,
Se esquivar, é inútil!
Ele te leva, como as águas do Mar...
Ou uma brisa de uma tarde pra...iana

O amor é criança, não te deve respeito,
Te deita na grama e de ti abusa,
Na chuva ou na lama, entre dois se lambuza!

Quer se esquivar? Tente!
Mas o amor é o sopro da vida,
É o sonho e o martírio,
A intensidade que gira entre a lágrima e o sorriso!

Não quer sentir, não viva!
Esquivar do amor é esquivar da vida!

Rascunho


Rascunho
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 16/01/2013

Vivendo fazemos a vida,
Buscamos no desconhecido a novidade,
Ousamos, construímos castelos, que o vento transforma e leva sua poeira para novos ares!

Caminhando fazemos o caminho,
Sem rumo, com o sentimento na sola dos pés,
Pisamos em novos solos, terra, água, pedras, areia!
E os pés caminham, escrevendo...

E escrevendo fazemos o poema,
Com o brilho da vida poetizada,
Com olhares que miram o infinito,
Nas cordas do violão, a conquista,
Na ponta do lápis a explosão de sonho que rascunha a vida!

Castelos de Areia



Castelos de Areia
Rodrigo Moreira Campos (Led) - 04/01/2013

Os olhos cruzaram,
Os olhos brilharam,
E nossos corpos se encaixaram com tamanha perfeição!

Caminhamos do encaixe à ilusória solidez,
E enquanto me confortava, te sentindo em meus braços,
O vendaval inesperado soprou,
Seu corpo como areia se foi e meu abraço abraçou o vazio!

Foram sonhos e o teto desabou,
Parecia que tudo se pulverizava no ar...

Sem o teto pude ver o céu,
Estrelas, antes escondidas,
E dos grãos de areia, todos misturados,
Minhas mãos, com o coração bem apertado,
Querem construir castelos incríveis!